Tem-se discutido ultimamente o envelhecimento da população portuguesa, foram discutidas na Assembleia da Republica formas de motivar as jovens famílias a terem mais filhos para inverter estes resultados. Mas a maior parte das pessoas quer dar tudo ao único filho que tem do que lhe dar menos um pouco e ter mais um filho... Mas não é este ponto que eu quero focar, não sei se é por ter a minha avó por perto (ela vive na minha casa há 10 anos com uma doença degenerativa) ou se por acompanhar algumas vezes uma grande amiga a lares por causa da avó dela, tenho visto uma realidade oculta, ou pelos menos para mim, eu nunca pensei que houvesse tanta gente abandonada em casas de repouso, lares e mesmo nos hospitais pelas suas próprias famílias. Eu sei que estamos numa era do egocentrismo, mas não podemos despachar pessoas que são importantes pela nossa existência como quem se desfaz de uns sapatos ou de um casaco que não nos fica tão bem, eu também sei que nos dias de hoje é muito difícil ter uma pessoa idosa ou alguém dependente em casa, mas há que garantir que a "nova casa" deles seja boa, que tenha condições, que tenham bons tratos, que não sejam tratados como lixo, e por fim não nos podemos esquecer de algo muito importante... Que é ir VISITÁ-LOS, podem dizer-me "...nem sempre dá, que as pessoas levam a semana nos seus trabalhos e chegam tarde a casa, e que o fim-de-semana é o único bocadinho que têm para descansar..."(é nestas alturas que utilizamos da forma mais simples a velha frase ...não tenho tido tempo...") mas tem sempre que existir um tempinho para ir ver o jogo de bola a casa dos amigos ou no café,ou estar com eles no café, ou então para ver a novela (que é muito educativo)... mas nunca se arranja umas meras duas horas para ir visitar alguém, que a maioria das vezes, fizeram tudo por nós.
Quando vou visitar a avó da minha amiga ponho-me a pensar " como deve ser triste ficar a semana toda á espera de ver alguém da família" (e muitos vêem as famílias dos outros e ficam sós) naquela casa devem ser mais de 10 pessoas que estão lá e das vezes que lá fui não contei mais de 3 ou 4 pessoas que tinham visitas, a mim desfaz-me o coração ver aqueles rostos enrugados (e muitos deles no campo e ao sol) sem sorriso e abandonados sem ter ninguém para falar.
Quando vou visitar a avó da minha amiga ponho-me a pensar " como deve ser triste ficar a semana toda á espera de ver alguém da família" (e muitos vêem as famílias dos outros e ficam sós) naquela casa devem ser mais de 10 pessoas que estão lá e das vezes que lá fui não contei mais de 3 ou 4 pessoas que tinham visitas, a mim desfaz-me o coração ver aqueles rostos enrugados (e muitos deles no campo e ao sol) sem sorriso e abandonados sem ter ninguém para falar.
Eu sei que a minha avó é uma privilegiada por estar aqui perto de nós, e ter o nosso carinho e cuidados, e a avó da minha amiga por ter alguém se preocupe em ver onde ela está e de a ir visitar sempre que podem.
Não escrevi esta mensagem para criticar nem julgar ninguém , pelo contrário, quero que quem ler esta mensagem pare e pense um pouco no que tem andado a fazer neste planeta que mais parece um deserto cheio de abutres. Se dermos um pouco, uma hora, ou mesmo meia hora, da nossa atenção as pessoas que nos rodeiam ou que pensamos que não têm nada de novo para nos dar, vamos ver que esse pouco tempo que parámos foi muito tempo para alguém que se sentia sozinho e talvez inútil.